quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SEGURANÇA NA UNIVERSIDADE




Hoje o cenário que temos dentro da Universidade Federal do Espírito Santo é um cenário de horror, onde temos desde “Guardas Patrimoniais que põe armas na cabeça de estudantes” até a perseguição do

s mesmos, por parte de professores e coordenadores de cursos.
Não achando muito, a universidade no dia 02/10/2012 disponibilizou uma entrevista para o site da G1: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/10/apos-casos-de-violencia-e-ate-estupro-promotor-quer-pm-na-ufes.html , com titulo “Após caso de estupro, procurador quer ação da PM dentro da UFES , Prefeito da UFES defende política de segurança atual e alunos divergem”. Um cenário muito semelhante ao que aconteceu na USP (Universidade de São Paulo), quando a reitoria ao dar uma entrevista ao site terra http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5441652-EI8139,00-Convenio+com+a+PM+previa+repressao+a+drogas+diz+reitoria+da+USP.html, responde dizendo que “Convênio com a PM previa repressão a drogas, diz reitoria da USP” .
Em números e fatos, não é difícil dimensionar o tamanho da barbárie cometida pelo Estado brasileiro contra as camadas populares (a quem, em tese, deveria proteger) sob o argumento falso de “combate à criminalidade e à violência”, argumentos esses adotados pelas universidades ao defender a entrada de PM’S dentro da universidade. Tendo em vista que esse mesmo argumento se repete em várias universidades do Brasil.
A analise que devemos fazer em relação a entrada da PM dentro da universidade, é, qual o tipo de segurança que queremos para dentro do Campus?. Se hoje o cenário que temos é de guardas patrimoniais que se comportam como policiais, tendo como respaldo a gestão da Universidade, vamos imaginar a ação efetiva da policia militar dentro da universidade; policia essa legitimada pelo estado a matar e a torturar todos aqueles que se encontram fora da lógica da normalidade Negr@s, Homossexuais, mulheres e pobres, sendo os principais elementos das abordagens policiais.
O sangue vertido em todas essas chacinas cometidas pelas forças armadas do nosso estado escorre da mesma classe social, da mesma cor, da mesma faixa etária: ao longo de 10 anos (1998 a 2008), a cada três assassinatos, dois foram de negr@s, sendo majoritariamente jovens pobres do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. Ou seja, fica claro, que a policia dentro da Universidade, nos levará ao passado reproduzindo o golpe de 64, onde as pessoas acreditavam que a policia, estava cumprindo um excelente papel a sociedade. Acho muito conveniente reproduzir a mesma lógica de opressão dada a população negra, a partir do “ Olhar Clinico” Olhar esse que diferencia muito bem, qual o elemento principal para a abordagem policial. Será que iremos repetir a história dentro da universidade?
Após anos de luta, o movimento estudantil, junto com o movimento negro, vem pautando assiduamente pela implementação das cotas com recorte de 25% para negros e indígenas. Como proteger esse individuo, tendo em vista que a repressão sempre cairá pro lado do mais fraco?


Quando vamos as ruas dizer a população que a universidade se vista de povo, é também compreender que esse povo tem uma cor, cor essa que vem tendo um enfrentamento direto com a policia, policia essa que estão querendo pôr dentro da universitária.
Para dar conta do problema da segurança pública hoje, é preciso desvendar, correlacionar e enfrentar essas diversas dimensões dos massacres perpetuados contra as populações periféricas. A reversão desse quadro depende, sobretudo, da luta, da união, da organização e da coragem daquelas e daqueles que sofrem cotidianamente com a violência histórica, estrutural e estruturante do Estado brasileiro.
Esse video foi gravado, no dia 05/10/2012.

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